Energia Solar 02/05/2025

Energia solar rural: guia completo para produtores rurais

A energia solar rural permite que fazendas, sítios e outras propriedades do campo aproveitem a luz do sol para gerar eletricidade, atendendo a necessidades como irrigação, bombeamento de água, refrigeração de alimentos, entre outros.

Com isso, ela tem se tornado uma alternativa cada vez mais interessante para produtores rurais que desejam reduzir seus custos operacionais e tornar suas atividades mais sustentáveis. Segundo a Forbes, o setor rural já responde por quase 15% da potência instalada no Brasil.

Esse crescimento reflete a busca por soluções de energia mais eficientes e econômicas, especialmente em áreas remotas, onde o acesso à rede elétrica pode ser limitado ou instável.

Neste guia completo, você entenderá como funciona a energia solar rural, quais são suas principais vantagens e aplicações para otimizar a produção agrícola. 

Como funciona a energia solar no campo?

A energia solar no meio rural opera da mesma forma que em outros ambientes: a luz do sol é captada por painéis solares e convertida em eletricidade por meio do efeito fotovoltaico. Essa eletricidade pode ser usada imediatamente ou armazenada em baterias para uso posterior.

Entretanto, algumas adaptações são necessárias para garantir o melhor desempenho em áreas rurais, como a escolha de estruturas resistentes às intempéries, como chuvas e ventos fortes, e a consideração da demanda energética específica da propriedade.

A grande diferença entre a energia solar rural e urbana está na aplicação prática e nas necessidades energéticas. No campo, além de abastecer as propriedades para o uso de eletricidade, a energia solar pode ser utilizada para irrigação, bombeamento d’água e até eletrificação de cercas, conforme veremos mais abaixo.

Vantagens da energia solar para zona rural

A energia solar vale a pena porque proporciona um retorno do investimento rápido e décadas de geração de energia. Após o investimento, os custos operacionais são baixos e a manutenção se resume à limpeza e checagem periódica dos componentes do sistema.

Redução de custos com eletricidade

Os gastos com energia elétrica no campo são elevados, especialmente para quem utiliza equipamentos como sistemas de irrigação e refrigeração. Com a energia solar, a redução na conta de luz pode chegar a 95%, permitindo que o produtor economize para investir em outras melhorias na propriedade e aquisição de novas máquinas e equipamentos.

Além disso, há previsibilidade nos custos, pois os sistemas fotovoltaicos eliminam as oscilações tarifárias e tarifas adicionais cobradas pelas concessionárias. Outra vantagem econômica são os incentivos do governo, como a isenção de ICMS em alguns estados e o IPTU verde, que gera descontos significativos para quem adota essa tecnologia. 

Retorno do investimento

O payback da energia solar costuma ser rápido, dependendo do consumo da propriedade. Fatores como a incidência solar da região, o tamanho do sistema e a demanda de consumo influenciam neste tempo de retorno. 

No entanto, com a economia gerada na conta de luz e com alta durabilidade dos painéis solares — que pode ultrapassar 25 anos —, esse investimento praticamente se paga sozinho, e o produtor terá longos anos pela frente usufruindo do sistema. 

Além da economia mensal na conta de energia, a instalação de um sistema fotovoltaico pode valorizar a propriedade rural em até 10%, tornando-a mais atrativa para futuros compradores ou investidores.

Autossuficiência energética

A energia solar na zona rural reduz a dependência da rede elétrica, evitando transtornos com oscilações tarifárias e apagões frequentes. Isso é especialmente importante em regiões remotas, onde a eletricidade convencional pode ser instável ou mesmo inexistente, devido à falta de acesso à rede tradicional. 

Nestes casos, os sistemas off-grid são mais indicados por proporcionarem a geração própria de energia e garantir autonomia total ao produtor rural. Com baterias de armazenamento, é possível manter equipamentos essenciais em funcionamento mesmo durante a noite ou em dias nublados, sem prejudicar a produção e atividades rurais. 

Solução sustentável e econômica para áreas remotas

Como dito, propriedades afastadas dos centros urbanos podem ter dificuldades no acesso à energia elétrica. Com isso, a energia solar surge como uma solução sustentável e que traz economia significativa de custos operacionais como irrigação, resfriamento de produtos agrícolas e eletricidade de forma geral, aumentando, ainda, a eficiência produtiva.

Com um sistema bem dimensionado, é possível garantir até 100% do consumo energético, agilizando o retorno de investimento. Isso significa que, após o período de payback, o produtor usufruirá de anos de geração de energia praticamente sem custo mensal.

Benefícios ambientais e certificações para produção sustentável

Vale dizer que adotar energia solar reduz a emissão de gases de efeito estufa, tornando a produção agrícola mais sustentável. Com isso, produtores que utilizam fontes renováveis podem obter certificações ambientais e melhorar sua competitividade no mercado, agregando valor aos seus produtos por meio do marketing verde.

Dessa forma, a energia solar rural também fortalece a imagem do produtor, tanto para os consumidores dos produtos agrícolas quanto no setor em si, facilitando parcerias comerciais e o acesso a novos mercados. 

Principais aplicações da energia solar em propriedades rurais 

  • Irrigação de plantações e bombeamento de água: para garantir a distribuição de água mesmo em áreas remotas ou sem acesso à rede elétrica. Isso permite maior autonomia e segurança para as safras, além de economia com eletricidade.
  • Eletrificação de cercas e máquinas agrícolas: para a contenção do gado e a segurança da propriedade. Além disso, outro uso é para fornecer eletricidade para equipamentos e máquinas agrícolas como trituradores, moedores de ração etc. 
  • Refrigeração e armazenamento de alimentos: é possível alimentar câmaras frias e refrigeradores, de forma contínua e econômica, para preservar a qualidade de produtos alimentícios como carnes, leite, frutas e hortaliças, evitando perdas. 
  • Iluminação das áreas da propriedade: a iluminação de galpões, currais e residências rurais pode ser totalmente alimentada por energia solar, sem acarretar contas elevadas de luz.
  • Secagem de grãos e produtos agrícolas: a energia solar pode ser utilizada neste processo por meio da tecnologia de secadores solares ou abastecendo estufas para a secagem das culturas, de maneira uniforme e sem riscos de contaminação.
  • Abastecimento de água e dessalinização: em regiões áridas, sistemas solares podem ser integrados a bombas para extração de água de poços ou mesmo a dessalinizadores, proporcionando água potável e água para irrigação.

Tipos de sistemas de energia solar rural

Existem três tipos de sistemas fotovoltaicos para o fornecimento de energia solar, sendo eles o on-grid (sistema conectado à rede), o off-grid (sistema isolado) e o híbrido, que reúne as vantagens dos dois anteriores. A melhor escolha é aquela que atende à localização e necessidades da propriedade. 

Sistemas off-grid: independência energética no campo

A energia solar rural off-grid é indicada para regiões rurais remotas ou sem acesso à rede elétrica. Isso porque o sistema off-grid, também conhecido como sistema isolado, não é conectado à rede elétrica convencional, ou seja, não depende dela para o fornecimento de energia.

No entanto, para fornecer eletricidade à propriedade, ele utiliza baterias para armazenar a energia gerada pelos painéis fotovoltaicos, garantindo abastecimento contínuo, mesmo durante à noite ou em dias nublados. 

Para isso, as baterias armazenam o excesso de energia produzida para uso posterior. Sendo assim, o desafio do off-grid é dimensionar adequadamente o sistema, visto que a unidade consumidora não tem nenhuma fonte adicional de energia em caso de falta. 

Sistemas on-grid: economia e geração de créditos

Os sistemas on-grid, por outro lado, são conectados à rede elétrica. Dessa forma, quando a energia consumida é superior à geração solar, o consumidor usa a energia adicional fornecida pela concessionária da rede, pagando a diferença e tarifas, como a de iluminação pública.

Por outro lado, existe o sistema de compensação de energia, regulamentado pela Resolução Normativa 482/2012, da ANEEL. Assim, quando a geração solar é maior do que o consumo, o excedente é enviado à concessionária, gerando créditos de energia que podem ser usados posteriormente ou em outras unidades do mesmo titular.

Esta última situação se enquadra no que chamamos de autoconsumo remoto (Resolução ANEEL n.º 687/2015). Ele estabelece que os créditos podem ser utilizados para compensar o consumo de outras unidades do mesmo titular (CPF ou CNPJ), desde que estejam dentro da mesma área de concessão.

Então, no caso da energia solar rural, por exemplo, uma unidade rural com sistema fotovoltaico instalado em sua sede ou galpão pode destinar os créditos para compensar a conta de energia de outra propriedade

Sistema híbrido: versatilidade e segurança energética

O sistema híbrido une as vantagens dos sistemas on-grid e off-grid. Ele é conectado à rede elétrica, mas também conta com baterias para armazenar energia solar. 

Essa configuração garante o fornecimento contínuo mesmo em casos de falhas da rede, além de permitir o uso de créditos de energia e maior autonomia energética para propriedades rurais que sofrem com instabilidade no fornecimento da concessionária.

Componentes de um kit de energia solar rural

O kit de energia solar rural compreende os equipamentos necessários para gerar e fornecer energia elétrica por meio da luz do sol. De acordo com o sistema fotovoltaico, que depende de variáveis como local de instalação e as necessidades da propriedade, o kit solar pode contar com diferentes componentes.

  • Placas fotovoltaicas: responsáveis por captar a luz do sol e convertê-la em energia por meio do efeito fotovoltaico. São instaladas geralmente nos telhados ou em estruturas no solo.
  • Inversor solar: converte a energia gerada pelos painéis (corrente contínua) em energia que pode ser utilizada nas instalações elétricas da propriedade (corrente alternada). 
  • Estrutura de fixação: são os suportes que mantém os módulos posicionados de forma segura e com a inclinação correta em telhados ou no solo. Essas estruturas garantem estabilidade contra o vento, a chuva e outras intempéries.
  • Controlador de carga (em sistemas off-grid): regula a tensão e a corrente que vão dos painéis solares às baterias, evitando sobrecargas e prolongando a vida útil do sistema.
  • Baterias (em sistemas off-grid): armazenam a energia gerada para ser utilizada à noite ou em dias nublados. Portanto, são fundamentais em regiões remotas, garantindo autonomia energética.
  • Cabos e conexões: fazem a ligação entre todos os componentes do sistema, garantindo que a energia flua com segurança e eficiência. 
  • Quadro de proteção (string box): engloba os dispositivos que protegem o sistema contra surtos, sobrecargas e curtos, funcionando como uma central de segurança.
  • Medidor bidirecional (em sistemas on-grid): instalado pela distribuidora para registrar a quantidade de energia consumida da rede e a que foi injetada pelo sistema solar, permitindo a compensação da energia gerada em créditos.

Como instalar energia solar em propriedade rural?

A instalação de um sistema de energia solar em uma propriedade rural exige planejamento para garantir retorno sobre o investimento — e deve ser realizada por uma empresa com profissionais certificados.

Abaixo, sintetizamos as principais etapas para realizar a instalação de um sistema de energia solar rural.

  1. Análise do consumo energético: o primeiro passo é avaliar o consumo médio da propriedade rural, considerando as atividades exercidas e o uso de equipamentos como bombas d’água, sistemas de irrigação, câmaras frias e iluminação.
  2. Escolha do tipo de sistema (on-grid ou off-grid): como vimos, a localização da unidade consumidora é determinante para escolher o sistema fotovoltaico mais adequado. Áreas remotas ou sem acesso à rede elétrica devem optar pelo off-grid. 
  3. Definição do local de instalação: a localização dos painéis solares influencia na eficiência de geração do sistema, e a inclinação das placas impacta diretamente nisso. O telhado é o local mais comum, mas a instalação no solo também é opção. 
  4. Instalação do sistema fotovoltaico: são fixadas as estruturas de suporte e, em seguida, os painéis são posicionados e conectados aos inversores. Todo o processo é feito por técnicos certificados para garantir segurança e qualidade ao sistema. 
  5. Conexão à rede e homologação final: após a instalação, são realizados os testes e ajustes do sistema. No caso dos sistemas on-grid, é necessário solicitar à concessionária a aprovação do sistema.

Financiamento de energia solar rural

Investir em energia solar no campo pode ser mais acessível do que você imagina! Com a expansão desta tecnologia, ao longo dos anos, foram surgindo novos incentivos. Com isso, existem diversas linhas de crédito e soluções específicas para produtores rurais que desejam reduzir custos e aumentar sua independência energética.

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Ana Fonseca

Ana Rubino atua no departamento de marketing da Sol Agora, com foco em estratégias para o mercado de energia solar.

Possui conhecimento em financiamento solar, modelos de viabilidade econômica para projetos fotovoltaicos e regulamentação do setor.

Trabalha na comunicação de soluções de geração distribuída, sistemas on-grid e off-grid, além de apoiar iniciativas de democratização da energia renovável no Brasil.

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