A descarbonização é a redução e eliminação (net zero) das emissões de dióxido de carbono (CO₂) e outros gases gerados pela queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural).
O objetivo é substituir essas fontes por energias renováveis, como solar, eólica, hidrelétrica e biomassa, diminuindo os impactos do aquecimento global e criando uma economia de baixo carbono.
Neste texto, você confere as principais informações sobre descarbonização: como funciona na prática, quais os principais impactos e como a energia solar auxilia nesse processo.
Como funciona o processo de descarbonização?
A descarbonização do setor elétrico funciona por meio de práticas integradas que buscam conter ou compensar a emissão de gases de efeito estufa.
O processo é contínuo e envolve inovação governamental e empresarial, além de mudanças no comportamento da sociedade.
A seguir, veja frentes de ação que tornam essa transição energética possível.
Substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis
Converter o uso de óleo, carvão e gás em energia limpa reduz as emissões desde a etapa de geração até o consumo final.
Melhoria da eficiência energética
Tornar casas, comércios e indústrias mais inteligentes no consumo energético contribui para uma menor produção e consequente emissão de CO₂ na atmosfera.
Mudanças nos sistemas de transporte
Veículos elétricos, combustíveis limpos, transporte público e ativo (bicicletas) reduzem a dependência de fontes não renováveis e diminuem drasticamente as emissões.
No Brasil, a meta para o setor de combustíveis é reduzir 40,39 milhões de créditos de carbono, chamados de CBIOs (cada um equivale a 1 tonelada de CO₂), em 2025.
Esses créditos fazem parte do programa RenovaBio, uma política pública criada para incentivar o uso de biocombustíveis, melhorar a eficiência energética e diminuir a poluição.
Como é feita a descarbonização na prática?
Novos caminhos têm se destacado para diminuir a poluição na atmosfera e garantir uma economia verde.
Uso inteligente de energia
Lâmpadas LED, eletrodomésticos e redes elétricas eficientes gastam menos energia, além de serem mais econômicos para o bolso do consumidor.
Veículos elétricos
Veículos 100% elétricos emitem cerca de 80% menos poluentes, segundo estudo do Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT Brasil). Enquanto os híbridos podem reduzir a emissão em até 55% (abastecidos com etanol).
Mobilidade sustentável
Uma célula de combustível a hidrogênio está sendo testada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). A tecnologia permite gerar eletricidade sem combustão nem emissão de poluentes.
Fontes renováveis
Até 2050, as emissões de CO₂ podem ser reduzidas em 6 bilhões de toneladas com o uso de energia solar, conforme relatório da IEA (Agência Internacional de Energia).
Indústria limpa
Adotar tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCUS), economia circular (reutilizar, reciclar e regenerar) e biorrefino (transformação de biomassa em produtos) também são práticas eficientes.
Regulamentação ambiental
Mesmo que 90% da matriz energética brasileira seja composta por fontes renováveis, somos um dos maiores emissores de gases do efeito estufa do planeta.
Empresas nacionais buscam mitigar seu impacto no ambiente: a Petrobras e a Vale têm como meta reduzir em torno de 30% as emissões operacionais até 2030 e alcançar a neutralidade (net zero) até 2050.
Quais os impactos e benefícios da descarbonização?
A descarbonização contribui para minimizar o impacto ambiental das atividades humanas, restaurando o equilíbrio climático do planeta e garantindo um futuro mais seguro e sustentável para as próximas gerações.
Confira benefícios importantes deste processo.
Mudanças climáticas
Com a diminuição da quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera, controlamos o avanço do aquecimento global.
Saúde ambiental
Adotando fontes limpas, evitamos cenários extremos como secas, ondas de calor e colapso de ecossistemas pelo mundo.
Saúde pública
A redução na emissão de poluentes melhora a qualidade do ar, diminuindo casos de doenças respiratórias, cardíacas e câncer, conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Qualidade de vida
Menos poluição significa mais bem-estar para a população e menos custos para os sistemas de saúde.
Crescimento econômico
Investir em tecnologias limpas e fontes renováveis, como a energia solar, estimula o surgimento de negócios sustentáveis e cria oportunidades de trabalho, os chamados “empregos verdes”.
Inovação sustentável
Apostar na economia de baixo carbono incentiva soluções ecológicas e, ao mesmo tempo, promove um desenvolvimento ambientalmente responsável, economicamente viável e socialmente justo.
O que usar no lugar dos combustíveis fósseis?
A busca por alternativas limpas está acelerada. As que se destacam são:
- biocombustível;
- biodiesel;
- etanol;
- hidrogênio verde;
- fontes renováveis.
Biocombustível
Pode ser produzido a partir de microalgas, resíduos orgânicos ou até sintéticos (biomassa), além de apresentar boa produtividade.
Biodiesel avançado
Produzido a partir de óleos vegetais diversos, é uma alternativa eficiente e sustentável.
Etanol
Derivado da cana-de-açúcar, reduz quase 90% da emissão de gases do efeito estufa, segundo a IEA.
Hidrogênio verde
Sua queima libera apenas água e energia, sem emissão de poluentes, acelerando a descarbonização a longo prazo.
Fontes renováveis
Energia eólica, hidrelétrica e geotérmica poluem pouco, assim como a energia solar, um pilar essencial na transição energética global.
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Qual o papel da energia solar na descarbonização?
A energia solar traz diversos benefícios e já evitou mais de 50 milhões de toneladas de CO₂, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
É a fonte de energia mais sustentável, segundo DOE (Departamento de Energia dos Estados Unidos), e bastante eficiente em regiões com alta incidência de radiação solar, recomendada para eletrificação de residências, comércios, indústrias e propriedades rurais.
Comparada a outras alternativas renováveis, a energia solar causa menor impacto ambiental em relação à hidrelétrica, não se limita geograficamente como a geotérmica e, diferentemente da eólica, sua instalação não interfere no bem-estar da população em áreas urbanas ou residenciais.
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